domingo, 9 de setembro de 2012
VELHINHOS ASSASSINOS
Na semana passada, ao ler no site da Folha a notícia “Justiça determina abertura de ação penal contra militares por crimes na ditadura”, atravessou o meu espírito uma reprovação. Já no primeiro parágrafo se anunciava: “Militares que atuaram na repressão durante o regime militar (1964-85) responderão a ação penal por supostos crimes cometidos durante a ditadura”.
Por que e como supostos crimes? Não bastam as seguidas e cumulativas provas, de testemunhas, de documentos, e até entrevistas de réus confessos, para retirar o véu da dúvida? Mas continuava a notícia: “A Justiça Federal em Marabá (685 km de Belém) aceitou denúncia do Ministério Público Federal e determinou a abertura de ação penal contra o coronel da reserva Sebastião Rodrigues Curió (foto acima) , 77, e contra o tenente-coronel da reserva Lício Maciel, 82”.
Depois disso, atravessaram o espírito dois espantos. O primeiro foi ver o quanto o assunto justiça e ditadura havia sido o mais comentado e enviado no site em 30 de agosto. O segundo foi conhecer o gênero e grau de comentários que sob a reportagem se abrigavam, dos raivosos defensores do golpe de 64 aos mais complacentes e pacifistas, sempre na velha fórmula: para quê tanta confusão, se tudo é morto e passado?
Não vem ao caso aqui mostrar o paradoxo de quem argumenta que, por um lado, a história da ditadura é ultrapassada, e por outro, manter a feroz defesa do regime que não mais existe, como se os anos da guerra fria estivessem em uma geladeira. Do necrotério de 1970, talvez. Importa mais agora, entre os comentários cordatos, um apelo que li dirigido aos brasileiros de bons corações, nesta esperta frase:
“Um deles tem 77 anos, o outro tem 82. Não adianta ficar prendendo ex-coronel que fez crimes na ditadura civil-militar. Nossa ditadura foi a mais branda da América Latina, não que eu esteja tentando justificá-la, mas ficar revogando a lei da Anistia pra prender velhinhos é no mínimo covardia. Não sabia que a esquerda queria se vingar de vovôs”.
Vovós,poderia ser dito, para ser mais forte a fragilidade dos velhos coitadinhos. Ora, tenho junto a mim um precioso depoimento de uma senhora que teve a sorte de morar no mesmo edifício do coronel Vilocq, quando ele estava velhinho. Quando ele não mais era uma fortaleza de abuso e violência. Os mais jovens não sabem, mas Vilocq arrastou Gregório Bezerra por uma corda, espancou o bravo comunista sob cano de ferro, e esteve a ponto de enforcá-lo em praça pública em 1964. Quanta força contra um homem rendido e desarmado. Pois bem, assim me contou a privilegiada: Muitas vezes, viu a conversarem, em voz amena e agradável, lado a lado, em suas cadeiras de rodas, Darcy Vilocq e Wandenkolk Wanderley, que moravam no mesmo edifício e destino. Olhem que feliz coincidência, lado a lado, a ferocidade e o terror. Um, Wandenkolk, ex-delegado, que usava alicate para arrancar unhas de comunistas no Recife; outro, Vilocq, sobre quem Gregório fala em suas memórias. Pois ficavam os dois companheiros a cavaquear, pelas tardes, na paz do bucólico bairro de Casa Forte.
De Vilocq, a minha privilegiada amiga informa um pouco mais, neste brilho de ironia involuntária da cena brasileira: uma empregada doméstica, no prédio em que ele morava, dizia que Vilocq parecia um bebê, de tão inofensivo e pacífico na velhice. A ponto de ela brincar, muitas vezes com ele, dizendo: “eu vou te pegar, eu vou te pegar”. O bebêzinho, o velhinho sorria, já sem a força de espancar com ferro e obrigar um homem a pisar em pedrinhas, depois de lhe arrancar a pele dos pés a maçarico.
Para infelicidade geral, os dois bons velhinhos já não mais existem. O que gostava de unhas com pedaços de carne foi para o céu aos 90 anos, em 2002. O que tentou enfiar no ânus de Gregório Bezerra um cano seguiu para Deus aos 93, em março deste ano. Ficou um vazio nas tardes da história onde mora a minha amiga. Como poderá a justiça humana agora alcançá-los? Com quem brincará a boa moça, empregada doméstica?
Pensemos neles, por eles e para a justiça que não lhes chegou, quando olharmos os idosos e respeitáveis Carlos Alberto Brilhante Ustra, David dos Santos Araujo, Ariovaldo da Hora e Silva, Maurício Lopes Lima, Carlos Alberto Ponzi, Adriano Bessa Ferreira, José Armando Costa, Paulo Avelino Reis, Dulene Aleixo Garcez dos Reis. E outros velhos, muitos outros de Norte a Sul do país, que no tempo de poder foram o terror do Estado no Brasil.
Eles ficaram apenas mais velhos, os bons velhinhos assassinos.
Pedimos sinceras desculpas, pois por um descuido acabamos perdendo a autoria do texto. Porém, ele pode ser encontrado na íntegra no endereço eletrônico Cartaoberro@serverlinux.revistaoberro.com.br
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
A MALDIÇÃO DE TIRESIAS
- Caraca véi, mulher não curte mais que a gente não. Pode ver com que freqüência tem dor de cabeça. Elas não curtem como a gente, mesmo.
- E a gritaria?
- Que gritaria Mané, aquilo tudo é atuação. Toda mulher é uma atriz ao natural, sabia não?
Sei não, acho que é uma atuação sim, mas por imposição do Diretor?
- Como assim?
O homem, tradicionalmente, quer acreditar que a mulher, pelo menos a sua mulher, não gosta tanto assim da coisa. Eles preferem acreditar que só quem gosta são as profissionais.
- Mesmo?
Claro. Na primeira metade do século XX a mulher não podia nem gemer porque...
- Nem gemer!?
Nem gemer. Gemidos e gritinhos era só pras meninas da profissão. Se uma mulher de boa moral e honrada gemesse, o “dono” dela já queria saber onde ela aprendera aquilo, e se bobear rolava tabefes. Então a mulher mantinha silêncio.
- Que sacanagem!
Sacanagem sim. Além de se apropriar dos meios de produção pra dominar a mulherada, os homens se apoderaram também de seu prazer. Só que por mais que queiram, eles na verdade, não dominam, são facilmente iludidos, são mais ligeiros do que gostariam e sabem disso. Deve ser a maldição de Tirésias...
- Ti... o que? Quem é esse cara?
Vou te contar. Segundo os gregos foi o seguinte:
Zeus era o senhor supremo do Olimpo, casado com sua irmã Hera. Os dois eram o casal divino por excelência. Mas, por ser ele um deus da fecundidade, transava com todas as mulheres mortais e imortais, ou seja: as deusas.
Eram incontáveis os seus filhos, um deles Hercules, Zeus teve que transar 3 dias com sua mãe Alcmena, para gerá-lo.
- Felizardo esse Zeus...
Enfim, essas infidelidades de Zeus acarretaram um ciúme doentio em Hera, ao ponto dela não mais suportá-las. Passou, então, a exigir o fim dessas aventuras extras conjugais. Ele, então, para se defender e justificar os seus atos argumentou que o prazer sexual da mulher era maior que o do homem, no que foi prontamente contraditado por Hera.
Para dirimir a questão, lembraram-se, então, de chamar o adivinho Tirésias, que já tinha sido mulher e, assim, pensavam eles, saberia dizer quem estava com a razão. Assim foi feito. Chamaram Tirésias e lhe perguntaram quem tinha mais prazer se o homem ou a mulher.
Tirésias respondeu, então: se o prazer fosse dividido em dez partes, nove caberiam a mulher e só uma ao homem.
Dizem que Hera ficou tão furiosa com a resposta que cegou Tirésias.
- Putz... ela deve ter ficado braba porque nunca mais poderia simular dor de cabeça.
Ou, talvez porque o maior prazer da mulher justificaria o maior número de parceiras de um homem.
- Quer saber. Gostei desse tal de Tirésias. Falou a real.
Então, um brinde a Tirésias...
- Um brinde ao prazer!
Prof. Péricles
Colaboração Hilton Goulart
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
A CORRIDA QUE REALMENTE IMPORTA
Esse texto foi publicado no NY Times de 24/08/2012.
Se por um lado nos mostra que a situação de um país desenvolvido como os Estados Unidos é parecida com a nossa (certas partes já cansamos de ler em análise da nossa situação), por outro nos alerta para fatos urgentes da Corrida que realmente importa, onde, por sinal, estamos perdendo.
Os Estados Unidos da América estão em apuros.
China e Índia, potências econômicas emergentes, estão investindo com força na educação de seus futuros trabalhadores, enquanto nós (EUA) discutimos sobre punir professores e mimar crianças.
Nesta semana, o Center for American Progress e o Center for the Next Generation divulgaram um relatório intitulado "A Corrida que Realmente Importa: Comparando os Investimentos dos EUA, da China e da Índia na Próxima Geração da Mão-de-obra." Os resultados foram de tirar o fôlego:
• Metade das crianças dos EUA não receberam educação infantil, e não temos nenhuma estratégia nacional para aumentar matrículas.
• Mais do que um quarto das crianças norte-americanas têm um problema crônico de saúde, como obesidade ou asma, ameaçando a sua capacidade para estudar.
• Mais de 22% das crianças norte-americanas viviam na pobreza em 2010, contra cerca de 17 por cento em 2007.
• Mais de metade dos estudantes norte-americanos de nível universitário deixaram de freqüentá-lo sem receber o diploma.
Isso deve deixar bem claro para todos os norte-americanos que não temos tempo - ou estudantes - para desperdiçar. Toda criança neste país deve se preparada para o trabalho. A futura estabilidade financeira do país depende disto.
Mas, em vez de levantar dramaticamente nosso investimento na educação de nossas crianças, para que sejam capazes de competir num futuro que terá candidatos estrangeiros a emprego mais capacitados, nós parecemos estar nos movendo na direção oposta.
Não só nosso sistema de ensino está carente de investimento, mas muitas de nossas crianças estão literalmente famintas demais para aprender.
Uma pesquisa de professores do jardim de infância até oitava série divulgado esta semana pela Share Our Strength, uma organização sem fins lucrativos que busca acabar com a fome infantil, constatou que 6 em 10 desses professores dizem: "estudantes vêm para a escola famintas constantemente, porque eles não estão recebendo o suficiente para comer em casa", e "a maioria dos professores que vêem a fome como um problema acreditam que o problema está aumentando."
Nós precisaremos de fazer escolhas à medida que buscamos equilibrar o orçamento do país e reduzir o déficit, mas cortar investimentos em nossas crianças é terrivelmente míope.
E prosseguir as reformas educacionais, atacando os professores - que são mal pagos, estão com excesso de trabalho e são sempre culpados - é uma distração do verdadeiro problema: nós estamos sendo ultrapassados na produção dos futuros trabalhadores.
Nós estamos cortando para trás, enquanto os futuros concorrentes dos nossos filhos estão arando à frente.
Charles Blow M. -
A version of this op-ed appeared in print on August 25, 2012, on page A19 of the New York edition with the headline: Starving the Future.
domingo, 2 de setembro de 2012
CONTEMPORÂNEO DA REBELDIA
Eu tinha 12 anos quando do assalto ao Moncada, 16 no desembarque do Granma, 18 quando os guerrilheiros entraram, vitoriosos, em Havana. Os homens de minha geração tivemos a sorte de coincidir, no tempo, com a Revolução Cubana. Que desde o começo se misturou na vida e entrou na alma. Junto a muitos milhões de homens, celebro esta revolução como se fosse minha.
Ela me transmitiu forças quando me sentia cair. Me contagiava energia dia após dia, ano após ano, ao longo do processo que a colocou a salvo da derrota ou da traição.Cuba quebrou em pedaços a estrutura da injustiça e confirmou que a exploração de umas classes sociais por outras e de uns países por outros não é o resultado de uma tendência “natural” da condição humana, nem está implícita na harmonia do universo. Muitos muros se levantaram diante deste vento de boa fúria popular.
A colônia se fez pátria e os trabalhadores, donos do seu destino. A mulher deixou de ser uma passiva cidadã de segunda classe. Se acabou o desenvolvimento desigual que em toda a América Latina castiga o campo ao mesmo tempo que incha umas poucas cidades babilônicas e parasitárias. Não se vê mais a fronteira que separa o trabalho intelectual do trabalho manual, resultado das tradicionais mutilações que nos reduzem a uma única dimensão e nos fraturam a consciência.
Não foi nada fácil esta proeza nem foi linear o caminho. Quando verdadeiras, as revoluções ocorrem nas condições possíveis. Em um mundo que não admite arcas de Noé, Cuba criou uma sociedade solidária a um passo do centro do sistema inimigo. Em todo esse tempo tenho amado muito esta Revolução. E não somente em seus acertos, o que seria fácil, senão também em seus tropeços e em suas contradições.
Também em seus erros me reconheço: este processo tem sido realizado por pessoas simples, gente de carne e osso, e não por heróis de bronze nem máquinas infalíveis. A Revolução Cubana tem-me proporcionado uma incessante fonte de esperança. Aí estão, mais poderosas que qualquer dúvida ou conserto, essas novas gerações educadas para a participação e não para o egoísmo, para a criação e não para o consumo, para a solidariedade e não para a competição. E aí está, mais forte que qualquer desânimo, a prova viva de que a luta pela dignidade do homem não é uma paixão inútil e a demonstração, palpável e cotidiana de que o mundo novo pode ser construído na realidade e não só na imaginação dos profetas.
Eduardo Galeano
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
REVOLUCIONÁRIOS DE BOTEQUIM
Na verdade é tudo muito simples... a gente altera os índices a partir de valores abstratos como acúmulo de ações sociais, bônus cerveja etc. no lugar dos índices financeiros e... batatinha chegando... obrigado, e em seguida tornamos esses índices indicadores oficiais no lugar dessa besteira toda de ações, IPEA, IPCA, inflação, deflação, e por aí vai.
- E depois...
Depois nós declaramos extintas todas as fronteiras entre o Brasil e os demais países americanos. Acabamos com a exigência de controle de fronteira, passaporte, e declaramos a internacionalização do país... Mais duas por favor...
- Sim, mas como vai reagir o resto do mundo a essa nossa revolução?
Meu caro, nós não precisamos dar importância à opinião dos outros sobre nossos atos, o que importa são os tambores...
- Tambores?
Sim, instituiremos códigos oficiais a partir de diferentes toques de tambor em substituição da mídia oficialista e corrupta que predomina atualmente.
- Mais vai funcionar num país tão grande e barulhento?
Que país grande? Você não entendeu? Com a internacionalização do Brasil não existirá mais um Brasil apenas, existirão vários Brasis subdivididos em... a conta, por favor... subdivididos em... loteamentos sociais.
- Não podemos esquecer de obter o apoio das massas, num trabalho que resulte em discurso eloqüente e que fale às necessidades do cidadão... não, grato, não falei macarronada.
- Deixa pra lá, vamos indo porque já vão terminar as aulas e aquela gente toda que estava estudando lota os ônibus. Idiotas, ficam perdendo tempo com baboseiras de livros em vez de fazer a revolução.
- Pior é quando fazem exigências pequeno-burguesas tipo bons professores, livros, material de informática, boas aulas... playboyzinhos.
- É que não entendem a capacidade do autodidatismo militante esquerdista butequista, só isso.
- Vamos embora pra não dar bandeira em casa. Não suporto o autoritarismo de pais que tolhem nossa liberdade só porque pagam as mensalidades.
- Ferrô.
Quem paga a conta hoje?
Pindura.
Prof. Péricles
terça-feira, 28 de agosto de 2012
UM PARAGUAI CONFUSO
Dois meses depois de chegar ao poder com o contestado impeachment-relâmpago de Fernando Lugo, Federico Franco já dá sinais de que, em sua rápida passagem pela Presidência - até agosto de 2013 -, quer conduzir o país em direção oposta à traçada pelo antecessor.
Na política interna, o que se viu foi a rápida aprovação de medidas às quais Lugo resistia - como a autorização para plantio de algodão transgênico - e decisões sobre a gestão de terras já consideradas pelos sem-terra uma "contrarreforma agrária".
Uma delas foi o pedido de Franco ao Congresso para sancionar uma lei que permite vender, a "preço de mercado", terras que seriam destinadas à reforma agrária.
"É um retrocesso. Os camponeses não vão comprar porque não têm dinheiro. Vai cair justamente nas mãos dos sojicultores", diz o líder da Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Camponesas, Luís Aguayo.
Outras decisões que incomodaram os camponeses foram a possível revisão da lei que proíbe a estrangeiros terem propriedades na faixa de 50 km a partir da fronteira e a suspensão, por decreto, da auditoria sobre as terras do brasileiro Tranquilo Favero, maior sojicultor do Paraguai.
"Isso implica abrir a possibilidade de legalizar milhões de terras [irregulares] e põe em risco a nossa própria soberania", avalia José Rodríguez, presidente da Liga Nacional dos Carperos.
Segundo Luis Ortigoza, presidente do Indert (Incra paraguaio), tanto a decisão sobre a venda de terras públicas quanto a revisão da lei sobre a faixa de fronteira ainda não foram "concretizadas".
"Não vamos levar adiante nenhuma medida sem a devida consulta com os setores afetados", assegurou.
Ele ainda explicou que a auditoria nas terras de Favero encontrou apenas "pequenas parcelas de terras públicas", que não justificavam continuar as medições.
Para o empresário brasileiro Aurio Frigueto, que vive há 42 anos no Paraguai, o governo Franco já resgatou, em dois meses, a "segurança jurídica da propriedade privada".
"Agora podemos dormir tranquilos, porque sabemos que, no dia seguinte, vamos ter os nossos títulos respeitados", afirma o brasiguaio.
No plano externo, Franco responde ao isolamento imposto pelo Mercosul e pela Unasul com declarações ambíguas sobre seus compromissos com os países vizinhos.
Na última semana, anunciou a intenção de realizar um referendo nas eleições de 2013 sobre a continuidade do país no Mercosul. No mês passado, declarou que o país não estava mais disposto a "ceder" ao Brasil e à Argentina sua energia excedente das usinas de Itaipu e Yacyretá.
As duas medidas, contudo, não são permitidas. A primeira, pela Constituição, e a segunda, por acordos bilaterais com Brasil e Argentina.
Coube ao chanceler José Félix Estigarribia baixar o tom, esclarecendo que os planos sobre Itaipu são aumentar a industrialização do país para consumir toda a energia a que o Paraguai direito.
O polêmico projeto para instalar uma fábrica da Rio Tinto Alcan no país faria parte deste projeto. "Um governo ilegítimo quer tomar uma decisão que pode afetar o país por décadas", critica Gustavo Codas, diretor-geral de Itaipu na gestão Lugo.
O governo Franco adotou como bandeira um projeto que enfrentava resistência da ala esquerdista da gestão Fernando Lugo: a instalação de uma fábrica de alumínio da multinacionalRio Tinto Alcan.
Para Gustavo Rodas, diretor-geral de Itaipu na gestão Lugo, o governo eliminou todas as vozes críticas do debate para impor uma espécie de "maquila" (empresa que monta produtos com base em componentes importados).
Ele acusa Franco de usar o discurso nacionalista sobre Itaipupara justificar a oferta de subsídios na tarifa elétrica em troca de poucos empregos.
Reportagem de Isabel Fleck e Flávia Marreiro
publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 23-08-2012
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