sábado, 15 de abril de 2017

A LÓGICA DOS PREDADORES


O modo de vida capitalista trouxe ao mundo a idéia de que a competição entre as pessoas é tão natural como a competição entre animais irracionais que lutam pela sobrevivência no espaço natural.

Na natureza existem predadores e presas e é extremamente justo que o mais fraco sucumba diante da força do mais e forte e, por isso, prolifere em muito maior quantidade para fornecer alimento (sua prole) aos predadores mantendo-se o equilíbrio entre as espécies.

Já nas sociedades humanas, para o capitalismo, também existem a caça e o caçador, onde a competição também é necessária para manter o equilíbrio da própria existência da ordem econômica.

Mais ou menos como se a burguesia fosse leões (predadores) e a classe trabalhadora fossem zebras ou búfalos (presas), e a classe média as hienas que ficam com os restos dos alimentos dos leões e se julgam grandes caçadores como os próprios.

O governo é o órgão central que mantém o funcionamento dessa lógica entre os mais capazes e ricos e os menos capazes e pobres, que, aliás, devem proliferar numa quantidade maior para consumir e fornecer mão-de-obra barata necessária.

Toda espécie de reivindicação e movimento social das massas de presas, na ótica dos predadores e de seus governos, é uma ameaça ao controle social sobre o qual toda a sociedade se equilibra.

Quando uma “caça” atinge o órgão central de controle (o governo) é visto como uma agressão, um inconveniente à lógica que deve ser superado.

Como diria Maquiavel, as classes dominantes podem usar todos os recursos, morais e imorais, legais ou ilegais, pacíficos ou de força, para manter o poder pois, manter o poder entre os poderosos predadores é a única forma de manter a ordem social e sem ela haveria o caos e o fim do próprio Estado.

Lula e o PT são odiados por representarem essa inversão dessa lógica perversa onde o governo deve ser exercido pelos poderosos e para os poderosos.

Respeitando-se as diferenças históricas do tempo, é a mesma lógica que manteve os privilégios das sociedades escravagistas e feudais.

O grande problema é que, enquanto a lei da selva não é questionada pelas presas, as Leis humanas quando confrontadas com a justiça real, torna-se uma arma contra a manutenção do esquema de opressão.

E quando a ordem democracia permite partidos de esquerda chegarem ao poder, é necessário inverter a Lei, burla-la ou modifica-la. Ou seja, praticar golpes e exercer o golpismo.

Foi assim com Getúlio Vargas em 1954, João Goulart em 1964 e Dilma Roussef em 2016.

Perder o poder é também perder dinheiro e isso justifica todo o ódio ao pensamento da esquerda e seus militantes. É que esse grupo da fauna com os avanços de um governo de caçados traz à floresta a ideia de que, unidos, é possível viver sem ser destruído pelos predadores, como mostra a foto.

E isso, para a ordem burguesa, é o pecado supremo que não pode ser admitido.





Prof. Péricles

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