Quando adolescentes, nossas fantasias se alteram, mas não nos abandonam.
Junto aos amigos e brinquedos imaginários somamos sonhos com pessoas reais que gostaríamos que fossem como queríamos que fossem e não como realmente são.
Mas, chega um momento, sem data específica para cada um de nós, em que as fantasias escasseiam e a maioria dos sonhos acabam. Um mergulho frio na realidade da vida. Dizem que é quando nos tornamos adultos, mas desconfio que seja quando nos tornamos tristes.
De muitas maneiras 2016 representou o fim de sonhos de muita gente.
Em especial, 2016 representou o fim do sonho de um tipo de esquerda representado pelo PT forjado na crença de que os programas sociais, por sua abrangência e virtude seriam suficientes para manter o poder. Terrível despertar de quem achava que fosse possível governar sendo aliado da banda mais podre da política brasileira. O PT descobriu que não se entra num chiqueiro sem se sujar.
Também foi o fim da crença de grande parte dos brasileiros de que a democracia depois de tantas quedas estivesse suficientemente madura para superar os perigos do golpismo.
A queda de Dilma foi a queda de milhões de joãos e Marias. Caímos junto com Dilma após um longo percurso de farsa onde uma mulher inocente e sem crimes foi condenada.
Em 2016 de alguma maneira, nosso país por inteiro despertou de algo, ou, pelo menos se viu envolto numa realidade até então não muito bem identificada.
Nunca tantos se revelaram tão reacionários e a hipocrisia até virou moda. Piadas racistas e machistas incentivadas pela intolerância tornaram-se dura realidade, agressiva e cruel.
Assim como quando jovens descobrimos que nosso melhor amigo não é tão amigo assim, descobrimos que nosso judiciário não é tão imparcial como imaginávamos.
A Lei Maria da Penha completou 10 anos, mas não tem como festejar se as mulheres continuam sendo agredidas e massacradas todos os dias e em todos os cantos do Brasil.
Um Tribunal de São Paulo decidiu que os 111 fantasmas de Carandiru, continuarão insepultos ao determinar a anulação dos julgamentos anteriores que punia os responsáveis.
No mundo inteiro o fascismo cresceu, tomou forma e trouxe consigo todos os medos que julgávamos enterrados para sempre.
Trump ganhou nos Estados Unidos e a extrema direita cresceu em vários países da Europa.
Mal podemos festejar com o espetacular Papa Francisco e a canonização da Santa dos pobres, madre Tereza de Calcutá diante de tanta pressa das notícias ruins.
Ficamos mais afastados da humanidade e próximos da animalidade em Orlando, onde 50 pessoas de uma boate LGBT foi morta e 53 foram feridos no pior atentado homofóbico desse tipo nos Estados Unidos, um país farto em atentados em escolas e faculdades.
De várias maneiras nos afastamos mais da unidade, criando novas fronteiras.
Depois de 50 anos de guerra o povo colombiano parece que se acostumou, e rejeitou um acordo de paz com as FARC.
Os britânicos decidiram, em referendo dar adeus à União Europeia.
E, acredite, o comandante Fidel que acostumamos pensar que fosse eterno, morreu, e foi ocupar seu lugar na história.
Se não dá para dizer que despertamos da inocência, já que nossa inocência não sobreviveu a outros golpes como o de 1964, dá para afirmar que acordamos no inferno das incertezas.
Há algo profundamente errado acontecendo no Brasil e no mundo.
Sobram conformidades e faltam escândalos diante das grandes e pequenas tragédias do nosso dia a dia. Será que perdemos a capacidade de indignação?
Mas sobram algumas certezas e entre elas, diante da intolerância e violência de um lado e do desejo de igualdade e fraternidade do outro, podemos ter a certeza de estar no lado certo.
Por isso, você aí, que anda cabisbaixo se sentindo derrotado. Você que anda indignado querendo que egoístas e fascistas divirtam-se com o butim que a crédula e invigilante sociedade brasileira permitiu, você, não pode fraquejar.
Você precisa resistir em defesa dos seus valores e da dignidade humana.
Você precisa ser a voz dos que não podem se expressar e os corações dos que deixaram de acreditar.
Você pode pensar que é pequeno e que não tem influência, mas está errado.
Nós somos capazes de mudar o mundo, mudando uma só consciência.
Somos capazes de fazer o mundo melhor fortalecendo uma só esperança.
Não desista. 2017 está aí e a luta está só começando.
Do seu jeito, em seu trabalho, entre amigos e parentes, com a namorada, debatendo com o marido, corrigindo informações distorcidas, incomodando os que não querem pensar na besteira que apoiaram e no perigo que nos ronda, faça você a sua parte.
Ela é grandiosa, acredite... os grandes incêndios começam sempre com pequenas chamas.
Feliz 2017 a todos os nossos queridos leitores do Blog. Foi uma enorme alegria poder contar com a presença de vocês em nossos textos.
Estaremos juntos no ano que inicia.
Boa luta!
Prof. Péricles
Mas, chega um momento, sem data específica para cada um de nós, em que as fantasias escasseiam e a maioria dos sonhos acabam. Um mergulho frio na realidade da vida. Dizem que é quando nos tornamos adultos, mas desconfio que seja quando nos tornamos tristes.
De muitas maneiras 2016 representou o fim de sonhos de muita gente.
Em especial, 2016 representou o fim do sonho de um tipo de esquerda representado pelo PT forjado na crença de que os programas sociais, por sua abrangência e virtude seriam suficientes para manter o poder. Terrível despertar de quem achava que fosse possível governar sendo aliado da banda mais podre da política brasileira. O PT descobriu que não se entra num chiqueiro sem se sujar.
Também foi o fim da crença de grande parte dos brasileiros de que a democracia depois de tantas quedas estivesse suficientemente madura para superar os perigos do golpismo.
A queda de Dilma foi a queda de milhões de joãos e Marias. Caímos junto com Dilma após um longo percurso de farsa onde uma mulher inocente e sem crimes foi condenada.
Em 2016 de alguma maneira, nosso país por inteiro despertou de algo, ou, pelo menos se viu envolto numa realidade até então não muito bem identificada.
Nunca tantos se revelaram tão reacionários e a hipocrisia até virou moda. Piadas racistas e machistas incentivadas pela intolerância tornaram-se dura realidade, agressiva e cruel.
Assim como quando jovens descobrimos que nosso melhor amigo não é tão amigo assim, descobrimos que nosso judiciário não é tão imparcial como imaginávamos.
A Lei Maria da Penha completou 10 anos, mas não tem como festejar se as mulheres continuam sendo agredidas e massacradas todos os dias e em todos os cantos do Brasil.
Um Tribunal de São Paulo decidiu que os 111 fantasmas de Carandiru, continuarão insepultos ao determinar a anulação dos julgamentos anteriores que punia os responsáveis.
No mundo inteiro o fascismo cresceu, tomou forma e trouxe consigo todos os medos que julgávamos enterrados para sempre.
Trump ganhou nos Estados Unidos e a extrema direita cresceu em vários países da Europa.
Mal podemos festejar com o espetacular Papa Francisco e a canonização da Santa dos pobres, madre Tereza de Calcutá diante de tanta pressa das notícias ruins.
Ficamos mais afastados da humanidade e próximos da animalidade em Orlando, onde 50 pessoas de uma boate LGBT foi morta e 53 foram feridos no pior atentado homofóbico desse tipo nos Estados Unidos, um país farto em atentados em escolas e faculdades.
De várias maneiras nos afastamos mais da unidade, criando novas fronteiras.
Depois de 50 anos de guerra o povo colombiano parece que se acostumou, e rejeitou um acordo de paz com as FARC.
Os britânicos decidiram, em referendo dar adeus à União Europeia.
E, acredite, o comandante Fidel que acostumamos pensar que fosse eterno, morreu, e foi ocupar seu lugar na história.
Se não dá para dizer que despertamos da inocência, já que nossa inocência não sobreviveu a outros golpes como o de 1964, dá para afirmar que acordamos no inferno das incertezas.
Há algo profundamente errado acontecendo no Brasil e no mundo.
Sobram conformidades e faltam escândalos diante das grandes e pequenas tragédias do nosso dia a dia. Será que perdemos a capacidade de indignação?
Mas sobram algumas certezas e entre elas, diante da intolerância e violência de um lado e do desejo de igualdade e fraternidade do outro, podemos ter a certeza de estar no lado certo.
Por isso, você aí, que anda cabisbaixo se sentindo derrotado. Você que anda indignado querendo que egoístas e fascistas divirtam-se com o butim que a crédula e invigilante sociedade brasileira permitiu, você, não pode fraquejar.
Você precisa resistir em defesa dos seus valores e da dignidade humana.
Você precisa ser a voz dos que não podem se expressar e os corações dos que deixaram de acreditar.
Você pode pensar que é pequeno e que não tem influência, mas está errado.
Nós somos capazes de mudar o mundo, mudando uma só consciência.
Somos capazes de fazer o mundo melhor fortalecendo uma só esperança.
Não desista. 2017 está aí e a luta está só começando.
Do seu jeito, em seu trabalho, entre amigos e parentes, com a namorada, debatendo com o marido, corrigindo informações distorcidas, incomodando os que não querem pensar na besteira que apoiaram e no perigo que nos ronda, faça você a sua parte.
Ela é grandiosa, acredite... os grandes incêndios começam sempre com pequenas chamas.
Feliz 2017 a todos os nossos queridos leitores do Blog. Foi uma enorme alegria poder contar com a presença de vocês em nossos textos.
Estaremos juntos no ano que inicia.
Boa luta!
Prof. Péricles