sábado, 27 de maio de 2017
JUIZ BRASILEIRO
Por Maria Fernanda Arruda
Nos moldes norte-americanos, a auto proclamada força tarefa ao nomear suas incursões, o faz para dar impressão à sociedade que está dando correção de rumos à vida política ou empresarial. Tendo o país infinitas camadas miseráveis, acalentou seu sonho de ter desculpas de que sua miserabilidade iria acabar, ou aos mais lúcidos seria uma vingança contra os ricos a que sempre invejaram.
Assim, com colaboração da infame mídia o juiz de formação norte-americana iniciou sua campanha política para balançar a vida econômica do país com essa máscara de moralidade. Mesmo ficando caricata sua expressão “isso não vem ao caso” que passou a usar sempre que lhe cobravam equidade. Mostrou também que era do PSDB e ninguém iria mudar seu rumo. Com ajuda de um procurador investidor imobiliário que explora o programa Nossa vida-Nossa Casa para ter futuro risonho, passou a moldar nova concepção para a figura juiz.
Com colaboração de desembargadores que deveriam ser seus freios, passou a ter direito a ser excepcional e fazer o que quisesse acima da lei. Bem …se antes existia juiz verdadeiro, agora se moldava ‘juiz brasileiro”! Isto é: um juiz que não é só passageiro, mas se faz as vezes de cobrador e motorista. Em vez de julgar a causa, escolhe um autor, ainda que sem causa, para se mostrar seletivo e cumpridor de ordens da CIA. Iniciou sua saga apelidando sua vítima principal de ‘Nine’ em galhofa digna de magistrado que se diverte como se fosse juiz de briga de galos e “quisesse” ver sangue e sofrimento.
Assim foi moldado o juiz brasileiro – o que recebe acima do salário legal mediante penduricalho e jeitinhos que decorrem de viagens ou diárias. Mas o principal foi oficializar o conluio pelo qual não mais haveria independência de polícia investigativa : ele queria que ‘plantassem’ contrato em invasão de domicilio de seu perseguido e o fez com tanta sofreguidão que nem lembrou que contratos tem de ter assinatura…
Se para esse ‘plantio’ tivesse que arrombar porta sob holofotes de tv,melhor ainda. E ainda deu liberdade para que policiais se apossassem de celulares ou tabletes das crianças da casa. Como quem diz no amor e no ódio vale tudo. Se, para dar conta de sua missão fizesse os estragos inconcebíveis de quebrar empresas e empregos e dar bloqueio econômico e de progresso ao país …isso faz parte! O que vale é que tem respaldo confirmado com as medalhas dos fardadinhos todos do país que seguem o figurino de 64 sem alterações.
Juiz brasileiro agora é assim, para que provas se eu que escolho o autor? Se necessárias delações para inglês ver, posso prender quantas dezenas de delatores já que minuta para que façam essas delações já tem prontas nas gavetas do Forum. Qualquer dúvida pega o avião para os EUA e voltará com ordem para ser obedecido em toda linha do poder judiciário e do executivo e demais, se houver.
O ministério público passa a ser auxiliar e nem precisa falar já que ele mesmo acusa. Juiz eclético que conclui sem verificação de nada e nem de seguimento à lei. Quem tem os EUA ao seu lado, por que ficar ligado a essas bobagens… se até o golpe do pré-sal se deu inicio?
O resto é apenas continuação.
Maria Fernanda Arruda é escritora e colunista do Correio do Brasil
sexta-feira, 26 de maio de 2017
O PECADO DE ALIANÇAS COM O INIMIGO
A realidade histórica que nossa esquerda política parece não ter compreendido até hoje é a da luta de classes.
Não se trata necessariamente de um confronto físico, como imaginam fascistas ignorantes, mas de um confronto de posições políticas, econômicas e ideológicas. Há um antagonismo inexorável entre aqueles que se apropriam da riqueza social e aqueles que a produzem e padecem sob a tutela violenta dos apropriadores, ou, formulado de forma mais simples, entre os parasitas do capital e os expropriados do produto de sua força de trabalho.
Não se trata necessariamente de um confronto físico, como imaginam fascistas ignorantes, mas de um confronto de posições políticas, econômicas e ideológicas. Há um antagonismo inexorável entre aqueles que se apropriam da riqueza social e aqueles que a produzem e padecem sob a tutela violenta dos apropriadores, ou, formulado de forma mais simples, entre os parasitas do capital e os expropriados do produto de sua força de trabalho.
É escandaloso que, enquanto a maioria das brasileiras e dos brasileiros vive com salário mínimo ou até menos, devendo com ele cobrir suas despesas de habitação, vestuário, alimentação e educação dos filhos, uma minoria abastada não se contenta com seus polpudos ganhos do estado e exigem mesadas empresariais de 50, 500 mil ou até milhões, para garantir vantagens indevidas aos contratados em obras e serviços para a administração.
É preciso colocar a mão na cabeça e perguntar-se: que diabos alguém faz com uma mesada dessas??? Para quê tanto dinheiro? Para comprar SUVs, viver em apartamentos de luxo, frequentar jantares e coquetéis em ambientes para poucos e comprar roupas de custo imoral?
Enquanto isso, nossos irmãos lascados se abrigam em barracos e barracões, de lona, de madeira, de alvenaria e latão, submetidos a todas intempéries possíveis, expostos a ratos, lacraias, baratas, escorpiões e a uma polícia violenta que em nada perde para os bandidos em crueldade. Captam água sem tratamento, convivem com esgoto a céu aberto e acessam a energia elétrica por gambiarras. Vestem-se com roupas velhas doadas ou mais novas, compradas em brechós. São obrigados a sair de madrugada de casa para se espremerem em condução publica cara e de péssima qualidade para chegar ao trabalho, onde abaixam a cabeça para não perder o emprego e comem de suas matulas simples esquentadas, quando possível, num microondas ou frias mesmo, quando o empregador não o disponibiliza. Chegam em casa à noite, fugindo dos assaltos e, esgotados, ainda cuidam de seus filhos e de suas filhas.
E nossa esquerda política, dizendo defender os desapropriados, não consegue, em nome de uma tal "governabilidade", deixar de parlamentar com os apropriadores aos sorrisos, fazendo-lhes concessões em troca de migalhas de poder. Migalhas, diga-se de passagem, até bem-vindas, porque permitem um mínimo de ação inclusiva e redistributiva. Mas são migalhas, nada mais do que migalhas, se comparadas com a capacidade da apropriação criminosa do patrimônio público e social.
Compreender a luta de classes implica não aceitar arranjos de poder em detrimento do esforço de empoderamento da classe trabalhadora e dos excluídos. É não aceitar conchavos espúrios com o inimigo de classe. Acertos táticos eventuais com setores reacionários são possíveis apenas quando não agravam o desequilíbrio de forças no enfrentamento da profunda iniquidade.
Os atores progressistas foram alvo de um ataque vil coordenado por políticos golpistas inescrupulosos, com apoio das instituições judiciais e parajudiciais e da mídia comercial. Seu objetivo é o completo aniquilamento do frágil estado social brasileiro, piorando as condições de vida de milhões de trabalhadores e excluídos.
Quaisquer alianças que preservem os interesses e objetivos dos usurpadores da soberania popular são incompatíveis com o projeto de um Brasil inclusivo e são por isso inaceitáveis para quem padece da profunda desigualdade econômica e política.
Fala-se que os partidos parceiros do golpe, PMDB e PSDB, afundados na lama das megapropinas, procuram "uma solução" para a crise em que enfiaram o País com auxílio da mídia e das agências persecutórias. Qual a solução? Desfazer o golpe? Reinstituir a presidenta eleita arrebatada covardemente por quem lhe devia lealdade de vice? Devolver o poder à soberania popular, para que escolha o caminho a seguir?
Não, nada disso. Isso seria coisa de esquerdista. Querem aprofundar a agenda do golpe e, de preferência, com apoio do PT.
Como assim? Os partidos do golpe estariam tentando convencer Temer a largar o osso o mais rapidamente possível, com garantias de leniência na persecução penal, para que possam manter o rumo das "reformas" com um sucessor escolhido por suas bancadas de trombadinhas entre pessoas que não têm nenhum compromisso com os interesses da maioria dos brasileiros. E, segundo avaliação dos golpistas, não poderiam perder tempo, pois, do contrário, impor-se-ia, na contramão de seus planos anti-povo, a vontade das ruas.
Vencida a hipocrisia, reina, agora, o cinismo absoluto. É evidente que esse Congresso contaminado por práticas corruptas na sustentação de um governo golpista ilegítimo não tem condições de escolher o futuro Presidente da República sem contaminar, também, seu governo com sua extorsão criminosa de vantagens materiais. Só a soberania popular manifestada em eleições diretas e livres poderá restaurar a democracia e permitir a afirmação dos interesses da maioria das brasileiras e dos brasileiros.
Acordos com as forças da reação e do golpe só podem ser estabelecidos dentro desse objetivo: a realização imediata de novas eleições. Nada menos. Nossa preocupação é precisamente impedir a aprovação de medidas anti-povo. Só o restabelecimento de um governo legítimo conseguirá barrar as articulações espúrias no Congresso. Exigimos respeito!
Enquanto em Brasília o MPF leva à frente, sempre com métodos controvertidos, o desbaratamento de quadrilhas no poder político, em Curitiba permanece a intenção de destruir as lideranças de esquerda e, mais precisamente, do PT.
A burguesia sabe cumprir seu papel. A destruição da política como um todo é a afirmação absoluta do poder econômico e do poder burocrático subserviente àquele.
Na luta de classes, temos que combater isso com toda nossa energia. E, para tanto, não é bom confiar no ministério público, na polícia e no judiciário, instituições que fizeram papel sujo no golpe dos corruptos; instituições que não passam de instrumentos dos apropriadores criminosos, a quem sempre trataram com leniência que contrasta com a severidade do julgamento público e escandaloso do PT e da esquerda.
Se hoje essas instituições não têm outra opção que a de se afirmarem no combate às forças corruptas, isso se dá porque foram atropeladas pelos fatos. Não o fazem, porém, para promover justiça social e preservar direitos dos mais fracos. Fazem-no privilegiando bandidos aquinhoados, dando-lhes imunidade judicial porque expuseram seus comparsas. E ainda acham que isso é um prêmio às brasileiras e aos brasileiros.
É preciso colocar a mão na cabeça e perguntar-se: que diabos alguém faz com uma mesada dessas??? Para quê tanto dinheiro? Para comprar SUVs, viver em apartamentos de luxo, frequentar jantares e coquetéis em ambientes para poucos e comprar roupas de custo imoral?
Enquanto isso, nossos irmãos lascados se abrigam em barracos e barracões, de lona, de madeira, de alvenaria e latão, submetidos a todas intempéries possíveis, expostos a ratos, lacraias, baratas, escorpiões e a uma polícia violenta que em nada perde para os bandidos em crueldade. Captam água sem tratamento, convivem com esgoto a céu aberto e acessam a energia elétrica por gambiarras. Vestem-se com roupas velhas doadas ou mais novas, compradas em brechós. São obrigados a sair de madrugada de casa para se espremerem em condução publica cara e de péssima qualidade para chegar ao trabalho, onde abaixam a cabeça para não perder o emprego e comem de suas matulas simples esquentadas, quando possível, num microondas ou frias mesmo, quando o empregador não o disponibiliza. Chegam em casa à noite, fugindo dos assaltos e, esgotados, ainda cuidam de seus filhos e de suas filhas.
E nossa esquerda política, dizendo defender os desapropriados, não consegue, em nome de uma tal "governabilidade", deixar de parlamentar com os apropriadores aos sorrisos, fazendo-lhes concessões em troca de migalhas de poder. Migalhas, diga-se de passagem, até bem-vindas, porque permitem um mínimo de ação inclusiva e redistributiva. Mas são migalhas, nada mais do que migalhas, se comparadas com a capacidade da apropriação criminosa do patrimônio público e social.
Compreender a luta de classes implica não aceitar arranjos de poder em detrimento do esforço de empoderamento da classe trabalhadora e dos excluídos. É não aceitar conchavos espúrios com o inimigo de classe. Acertos táticos eventuais com setores reacionários são possíveis apenas quando não agravam o desequilíbrio de forças no enfrentamento da profunda iniquidade.
Os atores progressistas foram alvo de um ataque vil coordenado por políticos golpistas inescrupulosos, com apoio das instituições judiciais e parajudiciais e da mídia comercial. Seu objetivo é o completo aniquilamento do frágil estado social brasileiro, piorando as condições de vida de milhões de trabalhadores e excluídos.
Quaisquer alianças que preservem os interesses e objetivos dos usurpadores da soberania popular são incompatíveis com o projeto de um Brasil inclusivo e são por isso inaceitáveis para quem padece da profunda desigualdade econômica e política.
Fala-se que os partidos parceiros do golpe, PMDB e PSDB, afundados na lama das megapropinas, procuram "uma solução" para a crise em que enfiaram o País com auxílio da mídia e das agências persecutórias. Qual a solução? Desfazer o golpe? Reinstituir a presidenta eleita arrebatada covardemente por quem lhe devia lealdade de vice? Devolver o poder à soberania popular, para que escolha o caminho a seguir?
Não, nada disso. Isso seria coisa de esquerdista. Querem aprofundar a agenda do golpe e, de preferência, com apoio do PT.
Como assim? Os partidos do golpe estariam tentando convencer Temer a largar o osso o mais rapidamente possível, com garantias de leniência na persecução penal, para que possam manter o rumo das "reformas" com um sucessor escolhido por suas bancadas de trombadinhas entre pessoas que não têm nenhum compromisso com os interesses da maioria dos brasileiros. E, segundo avaliação dos golpistas, não poderiam perder tempo, pois, do contrário, impor-se-ia, na contramão de seus planos anti-povo, a vontade das ruas.
Vencida a hipocrisia, reina, agora, o cinismo absoluto. É evidente que esse Congresso contaminado por práticas corruptas na sustentação de um governo golpista ilegítimo não tem condições de escolher o futuro Presidente da República sem contaminar, também, seu governo com sua extorsão criminosa de vantagens materiais. Só a soberania popular manifestada em eleições diretas e livres poderá restaurar a democracia e permitir a afirmação dos interesses da maioria das brasileiras e dos brasileiros.
Acordos com as forças da reação e do golpe só podem ser estabelecidos dentro desse objetivo: a realização imediata de novas eleições. Nada menos. Nossa preocupação é precisamente impedir a aprovação de medidas anti-povo. Só o restabelecimento de um governo legítimo conseguirá barrar as articulações espúrias no Congresso. Exigimos respeito!
Enquanto em Brasília o MPF leva à frente, sempre com métodos controvertidos, o desbaratamento de quadrilhas no poder político, em Curitiba permanece a intenção de destruir as lideranças de esquerda e, mais precisamente, do PT.
A burguesia sabe cumprir seu papel. A destruição da política como um todo é a afirmação absoluta do poder econômico e do poder burocrático subserviente àquele.
Na luta de classes, temos que combater isso com toda nossa energia. E, para tanto, não é bom confiar no ministério público, na polícia e no judiciário, instituições que fizeram papel sujo no golpe dos corruptos; instituições que não passam de instrumentos dos apropriadores criminosos, a quem sempre trataram com leniência que contrasta com a severidade do julgamento público e escandaloso do PT e da esquerda.
Se hoje essas instituições não têm outra opção que a de se afirmarem no combate às forças corruptas, isso se dá porque foram atropeladas pelos fatos. Não o fazem, porém, para promover justiça social e preservar direitos dos mais fracos. Fazem-no privilegiando bandidos aquinhoados, dando-lhes imunidade judicial porque expuseram seus comparsas. E ainda acham que isso é um prêmio às brasileiras e aos brasileiros.
É importante não nos iludirmos. A saída eventual de Temer não altera nada na correlação de forças. Os golpistas mudam de cara mas não de tática e nem de estratégia. As forças progressistas continuam a ser alvos de um ataque destrutivo, com campanha de desmoralização midiática e com perseguição implacável. E, nesse contexto, não pode haver concessão nenhuma.
A luta de classes não desaparece num passo de mágica, num apelo demagógico à união de todos as brasileiras e e todos os brasileiros. Aceitar esse apelo é aceitar a aliança entre estuprador e estuprada. Precisam reconhecer o golpe que deram e reconhecer como força política legítima os vencedores das eleições de 2014 e, só depois, conversaremos sobre acertos pontuais táticos que permitam o avanço de nossa luta.
Com inimigos de classe, só se negocia entre a capitulação deles e a vitória de trabalhadores e excluídos.
A luta de classes não desaparece num passo de mágica, num apelo demagógico à união de todos as brasileiras e e todos os brasileiros. Aceitar esse apelo é aceitar a aliança entre estuprador e estuprada. Precisam reconhecer o golpe que deram e reconhecer como força política legítima os vencedores das eleições de 2014 e, só depois, conversaremos sobre acertos pontuais táticos que permitam o avanço de nossa luta.
Com inimigos de classe, só se negocia entre a capitulação deles e a vitória de trabalhadores e excluídos.
Por Eugênio Aragão
quarta-feira, 24 de maio de 2017
BRASIL PROJAC
Há 21 anos, no dia 2 de outubro de 1995 a Rede Globo, depois de 15 anos entre projetos e construção, inaugurava o Projac (Projeto Jacarepaguá), hoje em dia conhecido como “Estúdios Globo”.
Lembrando os grandes estúdios norte-americanos dos anos 40/50, quando inaugurado, o Projac era o maior núcleo televisivo da América Latina, o Maior Estúdio, ou múltiplo estúdio de produções de sua área (atualmente perde apenas para os estúdios da TV Azteca, do México, inaugurados em 2012).
Os mais antigos, que assistiram novelas globais de décadas anteriores, devem lembrar que as tramas se passavam em cenários acanhados, reduzidos, a tal ponto que pouco se diferenciava a mansão da casa humilde, pelo menos, em tamanho.
Hoje em dia a Globo lembra produções hollywoodyanas, com espaços generosos de gravação.
A TV Globo que faz parte das organizações Globo (rádio, jornal e outros veículos) nasceu, cresceu, floresceu, ficou rica e monopolizou o mercado sob os auspícios da ditadura militar.
Seu passado, portanto, está intimamente ligado com o período mais negro de arbítrio de nossa história, e nem ela esconde isso, tendo até pedido desculpas a seus espectadores.
Mas o problema da Globo não é seu passado. O passado pode e deve ser resgatado, mas não alterado.
O problema, maior do Brasil, é seu presente e seu futuro real em contraste com o imaginado pela Globo.
Acostumada a criar personagens inesquecíveis e grandes obras de ficção, como um cientista louco que se confunde com sua própria criação, algumas pessoas dessa organização talvez misture a realidade nacional com algum tipo de roteiro escrito em seus bastidores.
De certa forma, é como se imaginasse o Brasil inteiro um grande projac que pode ser adaptado aos seus interesses, e a história só vale se contada de seu jeito.
Assim um ex-presidente tem que ser corrupto mesmo que não exista prova nenhuma contra ele. A presidenta eleita deve ser apeada do poder e as reformas que desagradam a imensa maioria dos brasileiros devem ser aprovadas.
Como se o Brasil inteiro trabalhasse nesse projac, a Globo pensa que pode demitir presidentes, procuradores, ministros e a todos em geral, como se seus trabalhadores fossem.
Só que não.
O Brasil precisa reagir e o povo brasileiro escrever seu próprio roteiro onde os meios de comunicação, necessários à democracia, não ameacem a própria democracia.
Uma das poucas coisas muito claras em todo esse drama que o país vive é que, do jeito que a Globo funciona e com seu imenso poder de criar realidades, a democracia brasileira jamais sobreviverá há alguns capítulos entre um golpe e outro.
A Globo é uma concessão do governo brasileiro e não o contrário, o governo uma concessão da Globo.
O Brasil não cabe no Projac, ele é muito maior.
Prof. Péricles
terça-feira, 23 de maio de 2017
O DESESPERO DA GLOBO
O editorial de O Globo pedindo a renúncia de Temer, é demonstração de fraqueza e desespero.
A Globo nunca precisou manifestar por escrito suas posições para mover os cordões do poder. Dessa vez, deixou o roteiro – por escrito!
Está claro que família Marinho, alinhada ao Partido da Justiça, deseja a rápida substituição de Temer por um governo “técnico” – que conclua as “reformas” e dê sustentação para a Lava-Jato concluir sua tarefa principal: impedir Lula de ser candidato.
A Globo deseja “limpar” o golpe. Temer no poder cria uma dissonância: se Dilma foi afastada em nome da moralidade (grande mentira, sabemos), como se explica que uma gangue esteja hoje no controle do país?
A Globo nunca quis moralidade. O grande projeto é desregulamentar o mercado de trabalho, tirar direitos sociais e abrir o Brasil para investimento estrangeiro. De quebra, a família Marinho poderia passar a empresa nos cobres, desde que a Lei de Telecomunicações seja alterada e a TV possa assim ser vendida a algum investidor estrangeiro.
Temer servia como operador dessa agenda – que foi rejeitada nas urnas. E por isso trata-se de um golpe! A vontade majoritária foi desprezada, e o programa derrotado 4 vezes no voto estava sendo implantado na marra.
Mas o timing da PF e da JBS acelerou as contradições, expondo de forma dramática a desagregação do bloco que deu o golpe. Numa linguagem mais “sociológica”, poderíamos dizer que desde 2013 o Brasil vive uma ampla “crise de hegemonia”. O bloco sob o qual Lula e Dilma governavam rachou, mas um novo bloco não conseguiu ainda impor sua hegemonia de forma desorganizada. É como se a disputa seguisse indefinida, agravando a crise e abrindo possibilidades para todo tipo de saída.
E aí entramos no segundo eixo desse texto: o desespero. O tempo corre agora contra a Globo.
A Globo tem pressa. E se desespera. Porque as reformas já pararam. Se o único caminho para tirar Temer for o TSE, isso pode levar dois a três meses! Até lá, o clima nas ruas vai ferver. E a possibilidade de aprovar as reformas se evapora se tudo não estiver resolvido até agosto ou setembro…
Fora isso, a crise expõe mais e mais contradições. Agora Gilmar Mendes também aparece nas delações e pode ser submetido a impeachment, já que tramava com Aécio formas de influenciar votos no Senado.
Temer decidiu ficar, e expõe assim as contradições dos dois grupos golpistas: de um lado, a direita política, de outro o Partido da Justiça. O que unia os dois era derrubar Dilma e aplicar a agenda ultra-liberal.
Acontece que Temer, mais do que qualquer agenda, defende a sobrevivência dele mesmo e da gangue que o cerca.
A Globo ajudou a instalar no poder um grupo que vai permanecer ali o quanto puder, para garantir o foro privilegiado.
Seria fundamental, para a gangue midiática, instalar rapidamente um governo eleito indiretamente, para completar a destruição de direitos e acabar de abrir o país – inclusive parta investimentos estrangeiros nas comunicações. Mas no poder há outra gangue. Que vai usar todas as armas para resistir.
É curioso ver o editorial da Família Marinho invocar os interesses “dos cidadãos de bem”. Onde estavam esses “cidadãos de bem” quando a ditadura matava e torturava com apoio da Globo? Ou quando Collor arruinava o país com beneplácito da família Marinho? E quando FHC comprava a reeleição? Ou quando as empreiteiras e conglomerados privados enchiam as burras dos tucanos?
A Globo descobriu os cidadãos de bem recentemente?
Por isso, tenho aqui invocado a velha fórmula de Brizola: se a Globo está de um lado, fiquemos do outro!
Claro, não estou dizendo que devemos defender a gangue temerária. Mas apontando para duas questões: a esquerda e os movimentos populares vão servir de massa de manobra para derrubar Temer, e na sequência ver a Globo instalar Carmen Lúcia/Meireles/Armínio Fraga no poder?
Para o campo popular, o melhor que pode acontecer é Temer ficar, expondo as contradições da direita liberal, esgarçando o tecido golpista. Que seja longa a agonia do governo golpista, expondo as vísceras do falso moralismo e dos tais “cidadãos de bem”.
Deixemos o “Fora, Temer” para os editoriais da Globo. Quem pariu mateus que o embale. A palavra de ordem do lado de cá já não é “Fora, Temer”. Mas “Diretas-Já” e “Parem as Reformas”.
Vamos para rua pedir que o povo decida qual programa será implantado no Brasil. Ou seja, lutamos pela Democracia e contra o desmonte do Estado Nacional.
Enquanto isso, podemos até nos divertir um pouco com o desespero da Globo. E dizer: “Temer, resista!”
Por Rodrigo Vianna
domingo, 21 de maio de 2017
AO CONTRÁRIO
Luciano Huck e João Dória correram pra retirar fotos e postagens com Aécio.
Quem votou em Aécio está quieto, não assume o voto e a coxalhada covarde só diz que " é tudo farinha do mesmo saco". Um clichêzinho decorado e oportunista que os isenta de responsabilidade, tentando tirar o corpo fora.
Não se encontra um só post de apoio ao Aécio, o candidato a quem os coxas queriam entregar a presidência de seu país.
Tucanos congressistas já cogitam abandonar o Temer, negociam o apoio ao governo a peso de ouro 24k e não se rebelaram contra as acusações ao Aécio.
Quanta diferença...
Ao primeiro sinal de perigo de tirarem Dilma, a esquerda e, principalmente os Petralhas, postaram fotos, textos, rechitegs de apoio à Presidenta Legítima, e uma tsunami de lealdade, indignação e revolta invadiu o Face por mais de 1 ano assim como o Twitter, blogs e sites.
Depois do golpe, Petralhas NÃO RETIRARAM FOTOS, ao contrário, postaram mais e mais e mais. Chegaram a ponto de trocarem suas fotos de perfil para a foto da presidenta eleita.
Quando, como Aécio, Lula foi acusado, nenhum Petralha se calou, ao contrário, um clamor de revolta se levantou do Face e invadiu o Brasil. PETRALHAS não fugiram, não se esconderam, ao contrário, encararam juízes, MP, PF, e, no ápice da lealdade, trouxeram a briga para si, compraram a briga como SUA briga , todos foram "os acusados" com o "#MexeuComLulaMexeuComigo".
Deputados e senadores de esquerda não abandonaram Dilma na hora do perigo, muito menos ao ver que o Golpe ia ser inevitavelmente consumado, ao contrário, seus discursos emocionados e emocionantes repetiam o irrestrito apoio à Presidenta.
Quanta diferença....
Leais, combativos, lúcidos, coerentes, corajosos, assim são os petistas - que não recebem um só tostão pra lutar pelo PT, o fazem por ideologia, o fazem por firmeza de caráter, por serem de uma essência nobre, impossível de apagar.
Caráter é coisa que não dá pra negar. Petralhas têm caráter.
Ao contrário dos coxas, fascistas e da direitalha covarde, petralhas não temem o confronto e nunca abandonam o barco que está afundando, ao contrário, permanecem no barco tentando salvar as pessoas, lutando e se arriscando, não por si, mas pelo próximo.
Para um Petralha , é IMPOSSÍVEL não ser e agir assim. É Caráter, é Amor, é Convicção, é ser adulto em suas escolhas. É saber o que se é, se diz, se faz...
Quanta diferença....
Quanta diferença, e vejo mais claramente agora, dos tucanos e da coxalhada brasileira...
A exata diferença que existe entre ratos &
Entendo agora o ódio, a PTfobia insana dos coxas: é INVEJA dos ratos que nem sabem que são ratos. Mas não têm como negar sua essência desprezível de ratos. Coxas e Tucanos, vergonha alheia por vocês.
#OrgulhoDosMeusPetralhas #AmoVcs
(Por Denise Rohloff aos amigos)
sábado, 20 de maio de 2017
GLOBO QUER CARMEN LÚCIA
Não existem coincidências na Lava-Jato. Ainda mais quando a Globo está envolvida. Foi um jornalista do jornal da família Marinho o escolhido para vazar a delação bombástica da JBS – que deveria fazer Temer sair algemado do Palácio, levando também à cadeia o homem que iniciou o processo golpista: Aécio Neves.
Temer e Aécio aparecem nas gravações usando linguagem de gângster para obstruir investigação. Se a Globo queria prender a Dilma por causa de um e-mail falso, o Aécio merece o quê? Cadeira elétrica?
O vazamento veio do STF; ao ser noticiado pela pena amiga da Globo, emitiu-se um claro sinal ao Palácio: o principal sustentáculo do governo Temer decidiu retirar seu apoio. A família Marinho e seus colunistas/capatazes já movem as peças em outra direção.
Semana passada, eu escrevi que havia sinais claros de que o governo golpista se esgotava, e que a presidenta do STF, Carmen Lúcia, realizava reuniões reservadas com banqueiros, grandes empresários e o diretor-geral da Globo.
Retomo agora o que escrevi naquele dia:
- em 1964, deu-se o golpe em nome da moralidade; e o poder ficou com um general “limpo” – Castelo Branco;
- em 2016, deu-se o golpe também em nome da moralidade; e o poder ficou com Michel Temer e seu garotos podres.
A figura nefasta de Temer cria dissonância; o golpe precisa urgentemente limpar sua imagem.
Por isso, a Globo abandonou o campo da direita política (Aécio, Temer, Serra et caterva). E apostou todas suas fichas na anti-política capitaneada por Moro e Janot.
Chama muita atenção que o diretor-geral da Globo e outros 12 empresários peso-pesados (do Itaú às Lojas Marisa) tenham se reunido em caráter “reservado” com a presidenta do STF, Carmen Lúcia (clique aqui para saber mais).
Quando a reunião com Carmen Lúcia ocorreu, a delação da JBS já havia sido concluída (mas ainda não revelada). Já se sabia que Temer e Aécio estavam mortos. A Globo já costurava uma alternativa.
A saída Carmen Lúcia depende de alguns fatores… Temer caindo, segundo a Constituição, deveriam assumir (pela ordem): Rodrigo Maia (presidente da Câmara), Eunicio de Oliveira (presidente do Senado) ou Carmen Lúcia (presidente do STF).
Os dois primeiros são investigados pela Lava-Jato. O Supremo já construiu entendimento de que réus em processos criminais não podem assumir o poder. Ou seja: se o STF transformar Eunicio e Maia em réus, estaria aberto o caminho para um governo sob o comando de Carmen Lúcia.
De toda forma, qualquer dos 3 que assuma deveria convocar eleições (indiretas, diz a Constituição). Nesse caso, Carmen Lúcia passaria a ser um nome que, já na presidência interina e com apoio da burguesia e da Globo, poderia ser escolhido pelo Congresso para governar até 2018.
Seria o nome dos sonhos da Globo para comandar um governo “técnico”, sob a chancela de Meirelles, sem “políticos”. Um governo “limpo”, que desse apoio pra Lava-Jato concluir sua tarefa: impedir Lula de concorrer na eleição de 2018.
Percebam a força disso: se os tempos são de “limpeza” e de excomungar a política, cairia perfeitamente o nome de uma juíza discreta para comandar o país e terminar de aprovar as reformas ultra-liberais que pretendem destruir direitos trabalhistas e aposentadorias.
Só que falta combinar com os russos.
A bomba da JBS (e cá entre nós: Lula deve estar rindo à toa ao ver os dois “malandros” – Temer e Aécio – gravados e delatados) abre uma avenida pro campo popular virar o jogo.
Nas ruas, os setores organizados têm tudo agora para encurralar a direita, exigir que as “reformas” sejam paralisadas, e que o país vá às urnas ainda em 2017 escolher o novo mandatário.
Contra o projeto Carmen Lúcia, puxado pela Globo, vamos exigir Diretas-Já, obrigando a Globo a tirar o véu e se mostrar inteirinha como golpista e anti-popular.
O argumento dos comentaristas globais é de que as Diretas “não estão na Constituição”. Isso não engana nem uma criança, Merval. Os seus amigos da embaixada americana vão lhe dizer que esse caminho não vai dar certo, Merval…
Afinal, se o Congresso pode votar PEC pra mudar aposentadoria, também pode (e deve) aprovar em regime de urgência uma PEC para Diretas-já.
É hora, portanto, de enfrentar a Globo (operadora do golpismo) nas ruas, nas redes e na tribuna do Congresso.
Diretas-Já!
Fora Temer!
Fora Globo!
Temer e Aécio aparecem nas gravações usando linguagem de gângster para obstruir investigação. Se a Globo queria prender a Dilma por causa de um e-mail falso, o Aécio merece o quê? Cadeira elétrica?
O vazamento veio do STF; ao ser noticiado pela pena amiga da Globo, emitiu-se um claro sinal ao Palácio: o principal sustentáculo do governo Temer decidiu retirar seu apoio. A família Marinho e seus colunistas/capatazes já movem as peças em outra direção.
Semana passada, eu escrevi que havia sinais claros de que o governo golpista se esgotava, e que a presidenta do STF, Carmen Lúcia, realizava reuniões reservadas com banqueiros, grandes empresários e o diretor-geral da Globo.
Retomo agora o que escrevi naquele dia:
- em 1964, deu-se o golpe em nome da moralidade; e o poder ficou com um general “limpo” – Castelo Branco;
- em 2016, deu-se o golpe também em nome da moralidade; e o poder ficou com Michel Temer e seu garotos podres.
A figura nefasta de Temer cria dissonância; o golpe precisa urgentemente limpar sua imagem.
Por isso, a Globo abandonou o campo da direita política (Aécio, Temer, Serra et caterva). E apostou todas suas fichas na anti-política capitaneada por Moro e Janot.
Chama muita atenção que o diretor-geral da Globo e outros 12 empresários peso-pesados (do Itaú às Lojas Marisa) tenham se reunido em caráter “reservado” com a presidenta do STF, Carmen Lúcia (clique aqui para saber mais).
Quando a reunião com Carmen Lúcia ocorreu, a delação da JBS já havia sido concluída (mas ainda não revelada). Já se sabia que Temer e Aécio estavam mortos. A Globo já costurava uma alternativa.
A saída Carmen Lúcia depende de alguns fatores… Temer caindo, segundo a Constituição, deveriam assumir (pela ordem): Rodrigo Maia (presidente da Câmara), Eunicio de Oliveira (presidente do Senado) ou Carmen Lúcia (presidente do STF).
Os dois primeiros são investigados pela Lava-Jato. O Supremo já construiu entendimento de que réus em processos criminais não podem assumir o poder. Ou seja: se o STF transformar Eunicio e Maia em réus, estaria aberto o caminho para um governo sob o comando de Carmen Lúcia.
De toda forma, qualquer dos 3 que assuma deveria convocar eleições (indiretas, diz a Constituição). Nesse caso, Carmen Lúcia passaria a ser um nome que, já na presidência interina e com apoio da burguesia e da Globo, poderia ser escolhido pelo Congresso para governar até 2018.
Seria o nome dos sonhos da Globo para comandar um governo “técnico”, sob a chancela de Meirelles, sem “políticos”. Um governo “limpo”, que desse apoio pra Lava-Jato concluir sua tarefa: impedir Lula de concorrer na eleição de 2018.
Percebam a força disso: se os tempos são de “limpeza” e de excomungar a política, cairia perfeitamente o nome de uma juíza discreta para comandar o país e terminar de aprovar as reformas ultra-liberais que pretendem destruir direitos trabalhistas e aposentadorias.
Só que falta combinar com os russos.
A bomba da JBS (e cá entre nós: Lula deve estar rindo à toa ao ver os dois “malandros” – Temer e Aécio – gravados e delatados) abre uma avenida pro campo popular virar o jogo.
Nas ruas, os setores organizados têm tudo agora para encurralar a direita, exigir que as “reformas” sejam paralisadas, e que o país vá às urnas ainda em 2017 escolher o novo mandatário.
Contra o projeto Carmen Lúcia, puxado pela Globo, vamos exigir Diretas-Já, obrigando a Globo a tirar o véu e se mostrar inteirinha como golpista e anti-popular.
O argumento dos comentaristas globais é de que as Diretas “não estão na Constituição”. Isso não engana nem uma criança, Merval. Os seus amigos da embaixada americana vão lhe dizer que esse caminho não vai dar certo, Merval…
Afinal, se o Congresso pode votar PEC pra mudar aposentadoria, também pode (e deve) aprovar em regime de urgência uma PEC para Diretas-já.
É hora, portanto, de enfrentar a Globo (operadora do golpismo) nas ruas, nas redes e na tribuna do Congresso.
Diretas-Já!
Fora Temer!
Fora Globo!
Por Rodrigo Vianna
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