Final de ano tem
eleições nos Estados Unidos, ou, no Império como diria o coxinha mais ardente.
É bem verdade que desde
o governo Lula, quando o Brasil buscou novas parcerias, a influência direta
dessa nação sobre nós tem diminuído. Ainda assim, não tem como negar o impacto que
a escolha do presidente do país que possuí 22% do PIB mundial tem sobre o
Brasil e sobre todos os países do mundo.
Assim, uma pergunta que
se destaca é: nós que não participamos, só assistimos, devemos torcer pra quem?
Vejamos.
O sistema eleitoral
americano é curioso e diferente de tudo que conhecemos aqui no Brasil.
É presidencialista,
mas, por ser uma confederação, a eleição não é direta, uma vez que é decidida
por um colégio eleitoral, onde cada estado, de acordo com a extensão e
população tem direito a um número determinado de votos.
Os eleitores de cada
estado votam diretamente (em 08 de novembro) e, a maioria dos votos desses
eleitores determina para quem vão os votos do estado.
É a soma dos votos de todos
os estados que decide o novo presidente.
Confuso? Você ainda não
viu nada.
O sistema eleitoral,
urna, cédulas, etc. de cada estado é próprio e pode ser bastante diverso um dos
outros.
Uma zona.
Dois partidos políticos
disputam a presidência, embora existam mais de 20 partidos legalmente
inscritos, alguns com importância apenas regional.
Portanto, em teoria, o
sistema eleitoral é pluripartidário, mas, na prática, bipartidário.
Os dois partidos que
realmente decidem são, o Partido Republicano (o elefante) e o Partido Democrata
(o jumento).
Os dois partidos são
conservadores, tipo Partido Liberal e Partido Conservador no Brasil Império ou
PMDB e PSDB nos tempos atuais, mas, algumas sutis diferenças existem.
O Partido Republicano é
o mais conservador. Suas propostas estão sempre de acordo com os valores mais
tradicionais desse país ligados à religiosidade protestante, predominância de
elementos brancos e sionistas e total oposição às ideias mais liberais como
legalização do aborto ou universalização da saúde.
O Partido Democrata,
também conservador, adquiriu ao longo do tempo ares mais democráticos,
principalmente devido à necessidade de ser um contraponto ao conservadorismo do
Partido Republicano.
Antes das eleições
presidenciais, ocorre uma eleição talvez mais espetacular ainda, as chamada
prévias, quando diferentes candidatos dos dois partidos, disputam a indicação
para ser o nome do partido na eleição “quente”.
Esse ano o Partido
Republicano apresenta como nome mais forte o milionário e polêmico Donald
Trump. Um dos homens mais ricos dos Estados Unidos, Trump tem se destacado por
atrair obre si um ar demagogo e populista de uma personagem que não teme a
polêmica nem tem papas na língua.
Não fosse tão nocivo
aos nossos interesses e aos interesses da paz mundial seria o candidato mais
“engraçado” que faria que muitos torcessem por sua vitória.
O Partido Democrata
apresenta duas candidaturas realmente interessantes.
De um lado Hilary
Clinton, esposa do ex-presidente Bill Clinton e que, em caso de vitória será a
primeira mulher presidente dos EUA (substituindo o primeiro presidente negro).
Mas a candidatura mais
espetacular, sem dúvida é a de seu adversário, Bernie Sanders.
Sanders sempre se
destacou pela crítica ao capitalismo selvagem tendo sempre, como prefeito e
senador, feito de seu discurso uma prática. Ele representa uma visão chamada
por lá de “socialista” (não confundir com marxista).
Bernie Sanders tem
recebido inflamado apoio dos imigrantes, das mulheres e, surpreendentemente dos
jovens (Sanders já tem mais de 70 anos).
Parece ser a coisa
nova, a proposta real de mudanças numa potência que não consegue mais esconder
sua decadência e o empobrecimento de boa parte de sua população.
Bernie Sanders do
Partido Democrata, o candidato dos mais pobres e de Michel Moorer,
talvez mereça também a nossa torcida.
Prof. Péricles